sábado, 30 de maio de 2009

Os Que Lutam



"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."

Bertolt
Brecht

Um Sindicato de Estudantes, Um Grêmio Estudantil


Grêmio estudantil organiza-se como sindicato de estudante

“Quem organiza essa manifestação é o sindicato dos estudantes: o grêmio estudantil do Médici.”, Foi às palavras de Johannes Halter, 17 anos, presidente do Grêmio estudantil do colégio Presidente Médici, ao iniciar a paralisação de sua escola. Suas palavras expressam o que pretende o grêmio estudantil, no qual participa. Como verdadeiros sindicalistas, fazem piquete na porta da escola, organizam formação com os estudantes e tem como objetivo principal desenvolver a “consciência de classe” dos estudantes. 

Como diz Iago Paqui, vice-presidente do grêmio estudantil: “precisamos mostrar para cada estudante, que a maioria que estuda em escola pública é filho de trabalhador. Operários. Que o capitalismo lhe tira o direito a uma vida digna e a um futuro. Não lhe concedendo o direito a educação e ao lazer.” Para eles esse é o papel do grêmio estudantil. Organizar a luta dos estudantes por suas reivindicações seja pela: escola pública, pelo passe-livre e pelo socialismo.

O capitalismo esgotou todas as possibilidades de um futuro para a juventude. E o socialismo é: a sociedade, em que os meios de produção- fábricas e terras- estarão a serviço de todos, não de uma minoria que suga o sangue dos trabalhadores para sustentar seus privilégios – explica Halter. 

No dia 15, 18 e 19 o grêmio estudantil do Médici esteve sempre presente nas manifestações. 

Um Pouco do Histórico 

Em 1948, foi fundada UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), fruto da luta do movimento secundarista que já vinha organizando-se desde década de 30. No estado de São Paulo e do Rio de Janeiro os estudantes organizavam a luta pela meia-passagem e pela meia-entrada. Nesses estados formaram-se entidades municipais e estaduais dos secundaristas, a partir dos grêmios estudantis. 

Desde então, o movimento secundarista tem mostrado uma grande disposição para a luta. Na década de 50, o movimento secundarista fez manifestações contra o envio de tropas à Coréia. Também participou do combate a ditadura militar e do fora Collor. Nos últimos tempos, seu papel tem sido muito importante nas lutas associadas ao transporte. Por todo o país, os secundaristas são os que mais têm participação nas mobilizações. 

Nossa Época

Hoje, as ONGs, Diretoras de escola orientadas pelos governos e a Mídia tem uma concepção diferentes dos estudantes do Médici que seguem a tradição revolucionária dos secundaristas. Eles ajudam os estudantes a formarem grêmios para organizarem Rifas, pintarem a escola, dar aulas de reforço – ou até aulas no lugar de professores!


Os grêmios organizados dessa forma pelas ONGs e pelas diretoras não organizam os estudantes para combater a raiz dos problemas, que é a falta de verbas. Em nenhuma escola com esse perfil de grêmio estudantil é feito o debate, que no tempo atual, por exemplo, o governo está retirando milhões dos cofres públicos para dar aos bancos, enquanto a educação pública cai aos pedaços. Isso seria um importante debate. Afinal, precisamos discutir com os estudantes. Por que pagar a rifa e fazer todas aquelas campanhas de arrecadação de fundos para a escola, se nós pagamos impostos? Poderíamos fazer um ato na frente da Secretária da Educação, exigindo verbas, por que não? Aí temos um problema, um grande! Que é o fato de a diretora estar na escola a mando do governo e as ONGs receberem dinheiro dos governos. Eles não podem entrar em choque com seus patrões. Logo não podem organizar Grêmios de luta. 


Um Sindicato ou uma ONG?

O grêmio estudantil do Presidente Médici tem demonstrado qual é o verdadeiro papel de um grêmio estudantil. Conscientizar os estudantes para a luta pelos seus direitos e por uma sociedade socialista. 
Devemos desenvolver esse debate em todas as escolas que participaram dos atos contra o aumento da passagem. A luta ganhará cada vez mais força quando todos os estudantes secundaristas de Joinville estiverem com seus grêmios organizados, como os seus instrumentos de organização da luta pelo passe-livre e pelo socialismo!


VIVA OS ESTUDANTES DO MÉDICI E SEU GRÊMIO: O SINDICATO DOS ESTUDANTES!

União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas

 A União Joinvilense de estudantes secundaristas (UJES) é uma entidade fundada em 1964, para defender os interesses dos estudantes secundarista na luta pela educação pública e de qualidade. Logo após a sua fundação, a UJES foi impedida de funcionar, pois o golpe de 64 impedia todas as entidades estudantis de funcionar. Seus dirigentes foram perseguidos e sua sede tomada – Aqui registramos um crime nunca reparado, pois até hoje a UJES não recuperou sua sede.


 Em 1986, a UJES foi reconstruída, estudantes de várias escolas, como Tufi Dippe, Celso Ramos, Rui Barbosa, CIS, Presidentes Médici e Jorge Lacerda reorganizaram a UJES, convocando seu congresso de refundação.

 

 Em 1992, a UJES teve um papel fundamental na organização do Fora Collor, que teve a maior mobilização que nossa cidade já viu e foram os estudantes juntamente com a UJES, que foram os protagonistas desse evento histórico.


 Ainda, em 1992, a UJES levou uma campanha de construção de grêmios livres nas escolas. Com essa campanha foi construído grêmios em quase todas as escolas da cidade.


 Hoje a atual direção da UJES, tem compromisso de sua fundação. Também compreendemos que nossa luta não pode se limitar somente à educação de qualidade, pois ela em si, não resolveria todos os problemas. 


 Por isso, temos convicção de que a UJES, deve junto aos movimentos sociais combater pela construção de uma sociedade socialista, na qual não somente a educação pública seria uma realidade, mas também a saúde, emprego etc.



Declaração da Diretoria da UJES 2008

Seu Legado Continua Vivo Até os Dias de Hoje